Dores de cabeça

Entende-se por dores de cabeça, ou cefaleia, as dores que ocorrem na região do crânio. Dores na face representam outro problema e serão abordados em uma sessão específica.

Dificilmente encontramos alguém que nunca tenha tido dores de cabeça ao menos uma vez na vida, é realmente um problema muito comum dividindo com as dores lombares as primeiras posições entre os motivos que fazem um paciente a procurar um médico especialista em dor.

Existem mais de 200 tipos de dores de cabeça, felizmente a grande maioria não representa algo grave ou qualquer perigo de vida como muitos pensam, mas é importante atentar para alguns sinais de alerta (vide tópico “quando procurar um médico rapidamente”). Com esse dado, já percebemos que o diagnóstico da causa da dor de cabeça é algo desafiador e deve ser feito com muito cuidado já que diferentes tipos de dor de cabeça muitas vezes têm tratamentos específico.

Didaticamente podemos dividi-las em “cefaleias primárias” ou “secundárias”. Basicamente, as cefaleias primárias não tem uma causa determinada e os principais exemplos são as cefaleias tensionais, as enxaquecas e cefaleia em salvas. Já as cefaleias secundárias, têm uma causa específica (sinusite crônica, trauma, tumores, etc.).

O DIAGNÓSTICO DA DOR DE CABEÇA

Para que um diagnóstico preciso seja estabelecido é fundamental que ao menos três passos sejam dados:

1- Avaliação da história clínica

As características das dores podem nos dar dicas valiosas para chegarmos a um diagnóstico. As principais características são: localização, tipo de dor (pontada, fisgada, pulsátil, etc.), fatores que pioram ou melhoram as dores, sintomas associados (náuseas e vômitos), fatores que desencadeiam as crises, intensidade das dores, etc. Tudo deve ser levado em consideração.

2- Exame físico

Ser examinado pelo médico é obrigatório. Vários tipos de dor de cabeça só são descobertos caso o médico toque no paciente. Um exemplo, dores de cabeça podem ser causadas por problemas musculares no pescoço. Só conseguimos descobrir isso palpando a musculatura.

3- Exames complementares

A depender do que obtivermos na história clínica e exame físico, podemos ou não solicitar alguns exames para o paciente. Aqui vale ressaltar que a maioria dos pacientes com dor de cabeça apresentam exames completamente normais. Os exames mais solicitados são tomografia e ressonância do crânio, mas isso não quer dizer que todos os pacientes precisam realiza-los.

Como foi dito, a grande maioria das dores de cabeça não têm um causa grave por trás. Algumas características aumentam as chances de uma doença mais séria, então é importante procurar ajuda médica de forma mais rápida, caso algum dos seguintes critérios estiverem presentes:

  • Sintomas chamados de sistêmicos como emagrecimento ou febre
  • História prévia de algum câncer
  • Sintoma neurológico específico (confusão mental, diminuição de força em membros, etc.)
  • Início abrupto
  • Início das dores de cabeça após os 50 anos
  • Alteração do padrão das dores de cabeça
  • Dor de cabeça que altera com a posição do corpo
  • Dor de cabeça que piora com exercício, tosse ou espirro
  • Dor de cabeça que tem piorado progressivamente
  • Dor de cabeça que ocorre na gravidez ou no puerpério
  • Dor de cabeça após traumas
  • Doença que afeta o sistema imunológico (HIV, por exemplo)

O tratamento das dores de cabeça dependerá do tipo de dor de cabeça em questão (cada tratamento será abordado nos textos específicos sobre cada tipo de dor).

Em linhas gerais podemos utilizar medicamentos analgésicos para tirar o paciente de uma crise de dor de cabeça (conhecido como tratamento abortivo) ou até usar medicamentos para diminuir as chances de o paciente ter uma crise futura (é o que chamamos de tratamento preventivo).

Alguns tipos de dor de cabeça podem ser tratados com fisioterapia especializada, eventualmente a acupuntura também pode trazer benefícios. Em casos mais difíceis, podemos lançar mão de procedimentos mais invasivos como bloqueios, infiltração de toxina botulínica, radiofrequência ou estimulação de nervos.