Cefaleia hípnica

Cefaleia hípnica – a dor de cabeça que te acorda de madrugada

A marca registrada da cefaleia hípnica é a ocorrência de dores de cabeça exclusivamente durante o sono e que acorda o paciente. É conhecida também como “alarm clock headache”, do inglês “dor de cabeça despertador”. 

Usualmente é um tipo de dor de cabeça que se inicia após os 50 anos de idade e sua ocorrência é mais rara, algo entre 0,07 a 0,35% da população e acontece duas vezes mais nas mulheres do que nos homens.

O paciente com cefaleia hípnica sofre com dores de cabeça que ocorrem apenas durante o sono, acordando-o. As crises duram ao menos 15 minutos após o acordar e geralmente acontecem pelo menos em 10 dias no mês. Um estudo avaliou 250 pacientes com esse tipo de dor de cabeça e mostrou que:

  • A idade média de início das dores foi de 61 anos
  • A duração média das crises foi de 162 min
  • A frequência média das crises foi de 21 por mês
  • A intensidade das dores foi leve em 6%, moderada em 60% e intensa em 34% dos pacientes
  • A característica das dores foi “em peso” em 69%, latejante em 26% e tipo facada ou queimação em 5%
  • As dores foram dois lados da cabeça em 68% e de um lado só em 32%

 

Figura 1: Intensidade das dores da cefaleia hípnica.

O diagnóstico da cefaleia hípnica é feito através das características clínicas relatadas pelo próprio paciente. Basicamente suspeitamos do problema quando o paciente começa com esse tipo de dor após os 50 anos. É importante que o paciente seja submetido a um exame de imagem, como a ressonância nuclear magnética, para que seja m descartados problemas mais graves.

Por se tratar de uma dor de cabeça um pouco mais rara, acabamos tendo poucos estudos a respeito do seu tratamento. Os tratamentos mais aceitos, atualmente, é o uso de cafeína antes de dormir associado a um anti-inflamatório chamado indometacina. É muito importante que o paciente não se automedique.

Essa é uma pergunta bastante comum quando o paciente recebe um diagnóstico. Eu terei isso para sempre? Quais as chances de eu me curar? Um estudo que avaliou 72 pacientes nos mostrou os seguintes dados:

  • 47% dos pacientes não se curaram, ou seja, precisaram continuar com os analgésicos
  • 43% dos pacientes não tiveram mais crises depois de um tempo de tratamento
  • 7% dos pacientes voltaram a sentir dores após um período de alívio
  • 3% dos pacientes tiveram cura espontânea

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1–4
1. Liang, J.-F. & Wang, S.-J. Hypnic headache: a review of clinical features, therapeutic options and outcomes. Cephalalgia 34, 795–805 (2014).
2. Holle, D., Naegel, S. & Obermann, M. Hypnic headache. Cephalalgia 33, 1349–1357 (2013).
3. Holle, D., Naegel, S. & Obermann, M. Pathophysiology of hypnic headache. Cephalalgia 34, 806–12 (2014).
4. De Simone, R., Marano, E., Ranieri, A. & Bonavita, V. Hypnic headache: an update. Neurol. Sci. 27 Suppl 2, S144-8 (2006).