Dor sacroilíaca

A articulação sacroilíaca é considerada a maior articulação sinovial (que contem cápsula e líquido) do corpo humano. Ela está localizada, como o próprio nome diz, entre o sacro e o ilíaco (osso da bacia). Sua função principal é transmitir o peso de todo o esqueleto para os membros inferiores.

Bom, as articulações sacroilíacas funcionam como todas as outras, contendo cartilagem, uma cápsula e líquido no seu interior e vários ligamentos que a sustentam, como têm as articulações dos joelhos, quadris, etc. Portanto, também estão sujeitas a processos de degeneração e artrose. E quando isso acontece podem provocar dores lombares, no glúteo e, eventualmente até nas pernas.

As dores da articulação sacroilíacas podem ser de origem inflamatória (Exemplo: Artrite causada pela psoríase ou espondilite anquilosante) ou mecânicas (Exemplo: Pós quedas, partos ou artrodese da coluna lombar).

 

O QUE SE SABE SOBRE A DOR SACROILIACA​?

Sabemos que alguns pacientes são mais sujeitos a desenvolverem dores da articulação sacroilíaca.

Os fatores de risco são:

  • Diferenças significativas do tamanho dos membros inferiores
  • Anormalidades da marcha (modo de caminhar)
  • Prática de exercícios repetitivos (Artes marciais, ballet, remo, etc)
  • Colocação de pinos e parafusos na coluna (artrodese)
  • Traumas automobilísticos ou queda com o glúteo no chão
  • Gestantes 
  • Doenças inflamatórias (Psoríase, espondilite anquilosante, etc)

O paciente usualmente se queixa de dores que podem ocorrer na região lombar baixa, glúteos, eventualmente nos quadris e menos frequentemente irradiando para as pernas.

Muitos pacientes referem dores quando permanecem sentados ou quando vão levantar de uma cadeira ou da cama. Alguns referem piora das dores ao subir degraus e referem alivio quando deitam.

O diagnóstico da dor sacroilíacas é feito através da análise da história clínica (características da dor), exame físico (existem manobras específicas para testar a articulação) e de exames de imagem como tomografia ou ressonância..

A análise da ressonância deve ser feita com cautela, pois sabemos que inúmeros pacientes têm alterações na sacroilíaca sem que isso seja causa de dor.

Em alguns casos específicos lançamos mão de um bloqueio diagnóstico. Para isso, é realizada uma infiltração de anestésico dentro da articulação com posterior avaliação da dor do paciente. Caso o paciente tenha melhora das dores podemos dizer com maior grau de certeza que de fato as dores vinham dessas articulações. É fundamental que esse procedimento seja realizado em um ambiente de centro cirúrgico pois a agulha precisa ser introduzida guiada por um raio-x específico ou pela ultrassonografia.

O tratamento de qualquer dor causada pela degeneração da articulação sacroilíaca inclui o emprego de uma fisioterapia especializada associada a alguns medicamentos analgésicos.

Nos poucos casos que são originados por doenças inflamatórias, o tratamento pode ser um pouco mais específico (medicamentos para psoríase, por exemplo).

Quando o paciente permanece com dor mesmo com o tratamento inicial, podemos optar por técnicas minimamente invasivas.

Alguns incluem a injeção de substâncias anestésicas,  anti-inflamatórias e até lubrificantes  dentro da articulação.

Alguns estudos apontam que a proloterapia pode ter efeito benéfico. Esse tratamento consiste na injeção de substâncias esclerosantes que diversos pontos dos ligamentos que sustentam a articulação. Essas substâncias provocam uma inflamação inicial e, durante a cicatrização, ocorre um fortalecimento do ligamento envolvido.

Em casos mais graves, podemos queimar os nervos que inervam essas articulações em um procedimento popularmente conhecido como rizotomia, usualmente realizado através de radiofrequência.