Cefaleia rinogênica

Cefaleia rinogênica: quando o problema está no nariz

O termo cefaleia rinogênica significa, literalmente, dor de cabeça originada no nariz. O termo “rino” vem do grego que significa “nariz” e “gênica” significa “origem”. 

As dores da cefaleia rinogênica costumam iniciar atrás dos olhos (Figura 1) e acordar o paciente pela manhã. Em muitos casos o paciente se queixa de nariz escorrendo do lado da dor.

 Frequentemente é desencadeada por alterações climáticas ou pela menstruação e pode estar relacionada com alergias (ex. rinite).

Figura 1: Principal região das dores na cefaleia rinogênica 

O diagnóstico da cefaleia rinogênica é feito através da história clínica e exames físicos. Aqui, ao contrário da maioria dos casos de dores de cabeça, um exame de imagem é fundamental para aumentar a suspeita do diagnóstico. Usualmente pedimos uma tomografia da região da face onde podemos documentar alterações anatômicas como concha bolhosa, células de Haller ou espículas septais (Figura 2).

 

 

Figura 2: As alterações vistas na tomografia da face auxiliam no diagnóstico.

O tratamento da cefaleia rinogênica é feito, inicialmente, através do uso de medicamentos como analgésicos simples, descongestionantes nasais e corticoides inalatórios.

E casos onde os medicamentos não trazem um alívio desejado devemos optar pelo tratamento cirúrgico, realizado por um otorrinolaringologista experiente.

Uma opção, intermediária, seria o bloqueio dos gânglios esfenopalatino.

Bloqueio ou radiofrequência do gânglio esfenopalatino

O gânglio esfenopalatino é o maior conglomerado de neurônios fora do sistema nervoso central (Figura 3). Ele está localizado na face e possui inúmeras conexões nervosas e pode estar relacionada a diversos tipos de dores de cabeça, especialmente a enxaqueca, cefaleia em salvas e também na cefaleia rinogênica.

O gânglio esfenopalatino pode ser bloqueado através de uma punção com agulha mais ou menos ao nível da bochecha. O procedimento é realizado no centro cirúrgico sob sedação (como uma endoscopia), com auxílio de um aparelho de raio-x específico. O paciente tem alta no mesmo dia. O bloqueio pode ser feito com substâncias anestésicas e neurolíticas ou mesmo através do emprego de uma corrente elétrica de radiofrequência.

 

Figura 3: O gânglio esfenopalatino, muitas vezes importante na geração e manutenção de algumas dores de cabeça.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 123
1. Chiarugi, A. & Camaioni, A. Update on the pathophysiology and treatment of rhinogenic headache: Focus on the ibuprofen/pseudoephedrine combination. Acta Otorhinolaryngol. Ital. 39, 22–27 (2019).
2. Barinsky, G. L., Hanba, C. & Svider, P. F. Rhinogenic Headache in Children and Adolescents. Current Pain and Headache Reports 24, (2020).
3. Kirsch, C. F. E. Headache Caused by Sinus Disease. Neuroimaging Clinics of North America 29, 227–241 (2019).