Cefaleia e menopausa

Cefaleia e menopausa

A menopausa é diagnosticada após 1 ano sem ciclos menstruais, o que usualmente ocorre entre os 40 e 60 anos (em média aos 51 anos).  A transição para a menopausa é acompanhada de flutuações hormonais e ciclos menstruais irregulares. Essas flutuações hormonais, em especial as de estrogênio, podem ser importantes gatilhos para dores de cabeça, em especial a enxaqueca. 

Estima-se que 10 a 30% das mulheres em menopausa sofram com enxaqueca. Alguns fatores aumentam as chances da enxaqueca após a menopausa. São eles:

  • Idade (quanto mais cedo a mulher entrar na menopausa maiores são as chances de ter enxaqueca)
  • Uso de terapia de reposição hormonal
  • Menopausa causada por cirurgia (ex. retirada dos ovários)

É comum ouvirmos que as dores de cabeça, em especial a enxaqueca, melhoram com a menopausa. Isso não é totalmente verdade. Há alguns estudos que avaliaram esse fator e mostram que parte das pacientes têm melhora das dores, algumas têm inclusive piora das dores e algumas mantem-se com as mesmas dores de antes. Quando comparamos a cefaleia tensional com a enxaqueca, percebemos que a enxaqueca tem mais chance de melhorar após a menopausa do que a cefaleia tensional (Figura 1).

 

 

Há diferenças inclusive se a menopausa for natural ou induzida (ex. retirada dos ovários ou causada por medicamentos). Nos casos de menopausa induzida as chances de piora da enxaqueca são maiores (Figura 2).

A indicação e a condução da terapia de reposição hormonal na paciente em menopausa devem, preferencialmente, ser realizada por um ginecologista especializado.

Os estudos mostram que o uso te terapia de reposição hormonal está associado a um aumento na ocorrência de enxaqueca, em especial com as medicações via oral. A reposição com adesivos tem menor efeito na enxaqueca.

O tratamento da dor de cabeça na paciente em menopausa dependerá fundamentalmente do tipo de cefaleia em questão. A enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas apresentam tratamentos específicos (leia mais nos links de cada dor de cabeça”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS123456
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